Vimos no último capítulo que o avanço dos planos de Deus se dá por meio de homens falhos e que a garantia que temos de que tudo dará certo é a fidelidade de Deus ao seu pacto/aliança. Ele promete que irá cumprir tudo e resta aos seus escolhidos confiar na sua palavra. A pergunta que surge é: o que acontece quando a família e o povo escolhido de Deus (Israel) não confia e nem obedece a sua palavra? Já sabemos que o SENHOR não desiste dos seus planos. Então a questão é: como Ele lida com os nossos fracassos? Na história de Israel não é difícil de se ver isso. O que Deus faz é podar e ajeitar a plantinha que brotou da semente. Mas ele jamais corta pela raiz.

Após chegarem ao Egito e passarem mais de 400 anos lá, Israel se tornou um povo escravo e que assimilou muita coisa da cultura e das crenças egípcias esquecendo-se do seu chamado. Quando Deus torna a chamar Israel para sua missão ele usa Moisés para despertar o povo. Essa é a história que conhecemos no livro de Êxodo, o segundo livro da Bíblia Sagrada. Deus refaz a aliança provando que está com seu povo e que, novamente, tudo que exige deles é fé, confiança. Deus garante que vai arrancar (cortar) o povo de Israel para fora do Egito. Deus derrama as dez pragas no Egito demonstrando que nem Faraó e nem qualquer outro deus egípcio era páreo para o Deus de Israel. Aqui há uma guerra de Deus contra os falsos deuses egípcios (o rio Nilo, os animais e o próprio faraó). Aliás, cabe lembrar que é justamente nesse contexto que Deus se revela de forma mais profunda ao povo de Israel. Israel precisava saber mais do Deus que cortou e chamou a Abraão lá de Ur dos Caldeus. Israel precisa saber mais do Deus que quer lhe cortar para fora do Egito. Deus se revela a Moisés e a todo povo como YHWH[1], ou, aquele que é o que será[2]. O EU SOU.

Na décima praga morreram todos os primogênitos do Egito, inclusive o filho de faraó. O corte de Deus está deixando uma marca profunda no Egito. Entretanto, nenhum israelita é ferido durante essa cirurgia. Esse corte é cirúrgico. Como garantir que o Egito será ferido e Israel não? Deus estabelece mais uma aliança, mais um corte. Sim, Deus gosta de alianças. Se Israel obedecer ao pacto, eles não sentirão o corte da faca que Deus irá descer no Egito. Deus chama esse ritual de Páscoa[3]. O anjo da morte passou por sobre o Egito com sua espada afiada e feriu todos os primogênitos egípcios, mas, ao mesmo tempo, poupou todos os israelitas. Deus colocou uma marcação na “área da cirurgia”. Aqueles que tinham a marca do sangue de cordeiro sobre suas casas foram poupados. Mais um cordeiro morto, mais uma vez Jesus aparece aqui. Faraó vê o estrago feito por Yahweh, então:

o faraó mandou chamar Moisés e Arão. “Saiam daqui!”, ordenou ele. “Deixem meu povo e levem os demais israelitas com vocês. Vão e adorem o SENHOR , como pediram. Levem seus rebanhos, como disseram, e sumam daqui! Vão embora!” (Ex 12:31,32).

Então, esse povo escravo sai quase que expulso do Egito. Após serem libertos do Egito eles vagam pelo deserto e dão de cara com o mar. Atrás deles estão os egípcios que pensaram bem e decidiram não engolir essa derrota. Que situação! Então Deus ordena que Moisés faça algo impensável. Pega teu cajado e “corta” as águas no meio (Ex 14:16). Deus abre o Mar Vermelho ao meio para o povo passar. Eles passam sem sequer molhar os pés. Os egípcios vieram atrás, mas enquanto passavam as águas se fecharam e os engoliram. Todos os egípcios e o Faraó morreram ali. O corte das águas não era para eles.

Israel segue viagem do Egito até o Monte Sinai (ou Horebe), lá Deus lhes dá não só os Dez Mandamentos, como toda a lei levítica. A “Lei de Deus” é o manual de relacionamento e santificação. É sobre como estabelecer relações santas (distintas). Lembrem-se que de Noé a Abraão, de Abraão a José e de José a Moisés se passaram muitos anos e gerações. É hora de uma “atualização” da Aliança. Deus precisa deixar ainda mais claro ao seu povo que eles devem viver de forma diferente das outras nações (como o Egito). O povo de Deus (Israel) é a semente que Ele tem preservado dos efeitos da morte (em alguma medida). Essa semente precisa se desenvolver para que o Jardim de Deus volte a florescer. A Lei de Deus é o manual que diz como essa semente deve ser semeada e regada.

Os quatro primeiros mandamentos (1ª Tábua da Lei) nos ensinam sobre como nos relacionarmos de forma santa com o Deus que é Santíssimo. O primeiro mandamento diz que não devemos ter outros deuses entre nós. Apenas Yahweh deve e merece ser adorado, pois ele um e único (Dt 4:6). O segundo mandamento diz que Yahweh deve ser adorado corretamente, ou seja, por meio da devoção ao seu nome e não mediante imagem alguma, afinal, ele não se revelou com nenhuma forma física. Assim, é proibido produzir imagens para adoração de Yahweh. O terceiro mandamento proíbe o uso indevido do nome de Yahweh. Trata-se de um nome santo, logo, deve ser usado distintamente, apenas em contextos solenes, sagrados. Não para obter vantagem em juramentos profanos. O quarto mandamento afirma que o dia de descanso (sábado) deve ser guardado. É o sétimo dia, um dia em que o povo deve parar tudo o que está fazendo e apenas usufruir daquilo que produziu, como era lá no jardim e como o próprio Deus fez. O mandamento de guardar o sábado está na primeira tábua da lei porque ele é sobre como nos colocamos diante de Deus. Deus nos fez à sua imagem e semelhança. Não somos escravos ou animais de carga, aliás, nem os animais de carga são escravos. Os animais também precisam descansar. Até o solo precisa descansar, passar um tempo sem plantação alguma (Lv 25:4). A ideia é que trabalhar demais é pecado, pois fomos feitos como Deus e Deus gosta de descansar e apreciar suas obras. Assim, devemos também trabalhar seis dias, mas reservar um tempo para usufruir, dormir, comer e curtir e fazer o bem como forma de gratidão pelo que já temos produzido pela graça de Deus.

Há um outro aspecto sobre o Shabat (descanso) que preciso abordar aqui com mais atenção. O descanso de Deus aconteceu no sétimo dia, ou seja, no último dia da criação. O sétimo dia é o último dia, o dia que fecha o processo de criação. Logo, o descanso está associado a fim, a consumação, a propósito. Quando Deus põe na sua lei um mandamento específico sobre santificar um dia (o sétimo e último da semana) para o shabat (descanso) ele está dizendo: olhem para frente. O fim do trabalho é o deleite. A cada semana, vocês descansam um dia. A cada seis anos, vocês deverão descansar um ano. A cada sete ciclos de sete vocês deverão proclamar o jubileu, ou seja, uma libertação total dos escravos, dos presos, dos terrenos penhorados que deverão voltar aos seus donos. Enfim, um dia em que todos possam voltar a experimentar uma relação plena com Deus no ciclo de trabalho e descanso. Assim, todos podem voltar ao normal: produzir e curtir. Entretanto, havia mais uma esfera de descanso, isto é, um Shabat definitivo, um descanso que duraria para sempre. O Jubileu é uma placa apontando para a porta. Ele não é a porta. Deus está prometendo que o trabalho penoso de Adão embaixo do sol quente irá terminar. Um dia o povo deixaria de ser escravo, peregrino e de estar cercado de inimigos perigosos. Esse Shabat definitivo será inaugurado quando o povo de Deus entrar na terra prometida. Assim, o Shabat definitivo, o fim, é o término de uma era de trabalho. O trabalho de Israel é plantar o jardim de Deus, ao terminar esse trabalho poderá experimentar uma era de descanso com Deus. O sábado aponta para o fim. Voltaremos a falar disso no capítulo sete.

Voltando à lei de Deus: Os últimos seis mandamentos (2ª Tábua da Lei) falam sobre como nos relacionarmos de forma santa com o restante do povo santo de Deus. São mandamentos sobre relacionamentos sociais santificados. Tudo começa (no quinto mandamento) com o respeito pela tradição e pelos que vieram antes de nós, devemos honrar pai e mãe. É olhar com respeito para o passado, para nossos ancestrais, que garante que nossa vida será prolongada e abençoada no futuro. É um mandamento com promessa. O sexto mandamento proíbe o assassinato, isto é, tirar a vida de alguém sem justificativa. Deus é o dono da vida, logo, só ele pode demandar tirar a vida. Assim, matar só é permitido quando Ele, Deus, pede a vida de alguém ou autoriza que uma vida seja tirada para a preservação de algo superior. Deus pede que certos tipos de pecado sejam punidos com pena de morte. Deus autoriza a legitima defesa e a execução como reparação de danos letais causados. Mas é só Ele que pode fazer e ordenar isso. Quando indivíduos tomam a vida de alguém por vontade própria estão blasfemando contra Deus, tomando seu lugar, como no Éden. O sétimo mandamento proíbe o adultério. Yahweh é um Deus de aliança. Quando um homem e uma mulher estabelecem uma aliança, Deus está ali selando o pacto. O adultério, portanto, é uma rebelião contra a ordem divina. O matrimônio deve ser tratado como algo sagrado, símbolo do pacto de Deus com a humanidade. O Deus que deu Eva a Adão e se deu a nós exige fidelidade a Ele próprio, mas também ao cônjuge com quem nos unimos e nos tornamos uma só carne. O oitavo mandamento proíbe o furto. Deus nos fez para trabalhar e usufruir. Isso é um ciclo que jamais deve ser quebrado. Quem trabalha se torna merecedor de salário, de usufruir do trabalho. Quem descansa pode fazê-lo porque trabalhou. O roubo e o furto, portanto, são formas de rebelião contra a ordem divina. O ladrão é aquele que não trabalha e quer usufruir. É aquele que não sabe descansar no fruto do seu trabalho. Assim, ele quebra tanto a lei do trabalho como a lei do descanso. Ele não trabalha e nem descansa, pois não usufrui do que produziu. Isso deve ser punido! O nono mandamento proíbe o falso testemunho, isto é, a mentira e o engano. Para que as nossas relações sociais sejam santas, nossas palavras precisam ser santas. Jamais devo dizer que alguém fez algo que não fez ou negar que tenha feito algo que de fato fez. Deus é justo e verdadeiro. Ele disse que não deveríamos comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A serpente levantou um falso testemunho contra Deus dizendo que ele era apenas invejoso e soberbo e tinha medo da humanidade. Permitir que a mentira circule em nosso meio em forma de calúnia é permitir que serpentes venenosas estejam entre nossas pernas. Diz um antigo ditado que quem cria cobra amanhece picado. Por fim, o décimo mandamento ordena que não devemos cobiçar. A cobiça parece ser o mandamento de encerramento e que amarra tudo. Cobiçar e invejar o que é do outro é um pecado que pode me levar a todos os outros pecados. Se eu cobiçar eu posso querer roubar, adulterar, mentir, trabalhar no sábado sem descanso para lucrar mais, adorar outros deuses e suas estátuas e etc.

Com tudo isso o SENHOR está dizendo: “Eu sou Yahweh, o Deus que tirou vocês da escravidão do Egito e que tem um propósito para vocês! Confiem nas minhas palavras e tudo dará certo! Sigam meus mandamentos e vocês não só serão restaurados, como também irão restaurar tudo por onde passarem. Contudo, se vocês não obedecerem a meus mandamentos, eu cortarei vocês fora como um galho defeituoso”. Agora Israel se torna um povo do livro, pois, além de saberem do Deus que os chamou lá em Abraão, agora eles têm livros dizendo como eles devem viver nos mínimos aspectos da vida: desde questões corriqueiras como cuidados sanitários, dieta e higiene, até questões mais complexas como a prática da justiça social e, sobretudo, o correto exercício dos sacrifícios a Deus e do culto divino. Israel é um povo abençoado, não porque é superior ou mais reto que outros povos, mas porque foi chamado e recebeu instruções muito específicas sobre como viver diante de Deus. Isso é uma graça sem tamanho.

Após receber toda a Lei, o povo de Israel começa a marchar em direção a terra prometida, Canaã. Não é uma viagem muito longa, mas certamente não é uma viagem fácil. Acontece que após experimentar as dificuldades do deserto o povo de Israel começa a questionar as palavras de Deus, igualzinho a Adão e Eva. O que era para ser uma jornada curta se torna uma jornada de mais quarenta anos. Ao longo da jornada foram tantas rebeliões do povo contra Moisés (e contra Deus, consequentemente) que Deus precisou fazer muitas correções nos galhos defeituosos. Foi tanta correção que chegou ao ponto de que, ao final da jornada, os únicos que saíram do Egito e entraram em Canaã foram Josué e Calebe. Nem Moisés e Arão resistiram à jornada. Toda aquela geração, mais de um milhão de pessoas, morreram no deserto. Em termos técnicos, o povo que chegou a Canaã não era o mesmo que saiu do Egito. Entretanto, em termos teológicos era sim o mesmo povo, Israel, após muitos e muitos ramos podados. Teologicamente é o mesmo povo porque o que faz Israel ser Israel é estar fundado sobre as promessas de Deus com fé, ou seja, sobre as raízes da aliança. Israel, mais que uma geração, mais que uma etnia ou uma nação, é o povo de Deus. Apesar dos muitos cortes, a raiz foi preservada. Israel ainda é o povo de Deus.

Após os quarenta anos Israel já é um povo muitíssimo numeroso, o que cumpre uma parte da promessa de Deus a Abraão (Gn 12:3), mas a segunda parte — uma terra boa para se assentar — ainda não havia sido cumprida. Então Josué lidera as campanhas para tomar posse de Canaã. A ordem de Deus era explícita: todas as nações pagãs deveriam ser expulsas e eliminadas da terra. Israel não deveria fazer alianças, amizades nem sequer conviver com esses povos. Israel é (deve ser) um povo santo, ou seja, distinto, separado. Claro que para nossos dias atuais soa estranho um Deus bom ordenar guerras que iriam resultar em muitas mortes, entretanto, é necessário que pensemos nesse contexto como alguém de dentro daquela realidade. Canaã é a terra em que Deus planejou que seu povo iniciasse sua obra de revitalização do mundo, é o ponto central do jardim, de onde todo o mundo receberá bençãos da família de Abraão. Deus não é indiferente aos demais povos, afinal, todos os seres humanos são criaturas que carregam sua imagem e semelhança. Contudo, se Israel não tomar a posse e começar a plantação do novo jardim essas bençãos jamais chegarão às demais nações. A salvação de todos os povos e nações dependem de Israel tomar posse da terra.

Além disso, eu e você, pessoas do século 21 precisamos entender o seguinte: a convivência entre diversas culturas não era muito tranquila naquele tempo como é hoje. Naqueles tempos a religião não era uma questão de fé pessoal e individual. Os deuses eram deuses da nação. Como se fossem a bandeira da nação. Se você diz que seu deus é verdadeiro, estará afirmando automaticamente que meu deus é falso ou, no mínimo, inferior ao seu. Se meu deus é verdadeiro, o seu, logicamente é falso ou inferior. Nesse conflito, os deuses se provavam mais fortes e verdadeiros quando um povo vencia sobre o outro. No meio dessa bagunça diversas nações povoaram (e construíram cidades) na terra de Canaã. Então, meu caro colega do século 21, sinto te informar, mas não há como Deus se mostrar verdadeiro naquele contexto permitindo que sua terra seja invadida por nações que pregam outros deuses, outros valores (como sacrifícios humanos) e que esses povos perversos convivam com Israel. A conquista da terra deixaria claro que Israel é o povo de Yahweh e que esse povo representa Yahweh.

Vemos isso tudo no livro de Josué: os cananeus todos (Jericó, Gibeom) estão se tremendo de medo ouvindo as notícias sobre a chegada desse povo e desse Deus que abre o mar e destrói cidades inteiras. Em resumo, Deus ordena que Israel primeiramente limpe a terra para que seja plantado o jardim. Entretanto, Israel não faz isso. O próprio livro de Josué narra os vários fracassos de Israel, que passou a tolerar diversas nações pagãs, misturando-se com elas. O livro de Juízes na bíblia repete diversas vezes a frase “juiz fulano fez o que achou bom aos seus olhos e desagradou ao SENHOR”. Ou seja, ao se permitir estar cercados pelo inimigo, Israel acabou sendo engolido por ele. Práticas religiosas imundas entraram no meio do povo de Israel, inclusive os sacrifícios de crianças. Israel parecia sem direção e estava tão pagã que teve inveja as nações vizinhas em todos os aspectos da suas culturas. Copiaram suas festas, passaram a criar representações para YHWH, geralmente de bois, como Baal e Moloque. Além disso, Israel quis copiar o sistema político dessas nações que eram governadas por reis. Israel achava que seu problema era a falta de um rei. Eles não percebiam que já tinham um “Rei”, ou seja, YAHWEH SABAOTH, O SENHOR DOS EXÉRCITOS. Israel reclamou ao seu sacerdote dizendo que queriam um Rei, ou seja, eles queriam mudar seu sistema político. Não queriam mais ser uma nação governada por Deus e por intermédio dos sacerdotes e juízes. Eles queriam uma monarquia, queriam um rei, um homem forte, com poder absoluto. Seu desejo foi atendido, mas O SENHOR atendeu a esse desejo como um ato de rebeldia. Dar um rei a eles foi uma punição. Eles teriam o gosto do que é ser governado absolutamente por homens, como as outras nações. Nesse período Israel passou por diversos conflitos, sobretudo com os Filisteus e seu primeiro Rei, Saul, tentou lidar como pôde com tudo isso, mas sem sucesso. Israel agora era dirigida por um homem falho. Israel era agora uma nação política e militar, dentro do jogo político e militar das nações. Suas vitórias e derrotas pareciam depender de Saul, o líder supremo.

Após ficar claro e manifesto que nas mãos de um homem pecador como Saul Israel iria ser derrotado é que Deus intervém mais uma vez com a poda, com a correção dos galhos tortos. Deus age impedindo que Israel fosse cortada pela raiz. Como é que ele faz isso? Deus não cancela a monarquia, mas escolhe Ele próprio um Rei. Como se O SENHOR concedesse sua autoridade ao Rei que ele escolheu. Esse Rei escolhido e ungido é Davi, um israelita da tribo de Judá. Enquanto Saul é um homem alto, forte e que se sobressaiu diante de todos da sua família, Davi é o último filho de Jesse, um mero pastor de ovelhas. Deus está escolhendo um vaso vazio em que ele irá derramar seu óleo, seu Espírito. Deus faz uma aliança com Davi e promete que estará com ele para sempre, ou seja, que para sempre a dinastia dele (seus descendentes) estariam no trono governando em nome de Yahweh. Deus promete que será um descendente de Davi, um Rei Ungido[4], que irá concluir os projetos de Deus de espalhar sua glória por toda a terra. O Jardim de Deus agora passa a ser parte de um projeto político que está nas mãos da dinastia de Davi sob os cuidados do SENHOR. Davi é descrito como um homem “segundo o coração de Deus”. É o Rei para quem Deus diz “pede-me e te darei as nações como herança”[5]. Sob o governo de Davi (e de Deus) Israel se torna uma grande potência militar e vence diversas batalhas.

Davi também é quele que decide que Deus precisa de um templo à sua altura. O velho tabernáculo que vagou por 40 anos no deserto já não estava funcionando bem. Era uma mistura de tabernáculo e templo cananeu em Siló. Davi quer unificar a nação dividia entre norte sul, entre os que queriam a sucessão de Saul em Benjamim ao norte, e os seus apoiadores em Judá, ao sul. Davi é quem decide tomar uma cidade cananéia (dos jebuseus) meio neutra chamada Jerusalém. Davi decide construir um templo fixo para Deus morar em Jerusalém. Um templo que fosse superior em glória a qualquer palácio dos reis, afinal, Yahweh é o verdadeiro Rei de Israel. Davi chama os melhores arquitetos, construtores, e compra as melhores matérias primas de canaã e até de fora, como da Fenícia. Davi quer que esse santuário seja o que há de melhor em termos de edifício na cultura oriental. A partir daqui o propósito de Deus de plantar seu jardim e de transbordar sua glória por toda a terra ganha uma nova roupagem. Deus aceita, se acomoda a esse modelo tirado da cultura cananéia. Os planos de Deus passam a ser chamados de “O Reino de Deus”. O Reino de Deus é isso, o seu governo total e soberano que reestabelece a paz e a harmonia inicial do Éden, só que não como um jardim fechado, mas como uma realidade que se espalha por toda a terra a partir do santuário em Jerusalém, trazendo justiça e bondade e o descanso final.

Apesar de ter suas ressalvas, Deus aceita a construção do templo para ser sua casa fixa. Deus aceita que chegou a hora de ter uma casa que não vai mais vagar por aí sem destino. O templo é o novo centro do mundo. Entretanto, Davi acaba não tendo tempo para construir o templo. Davi morre durante o início das obras e seu filho Salomão é quem conclui a obra, como também as muralhas de Jerusalém, transformando a cidade em uma enorme cidade imperial. O Templo de Salomão (A Casa de Deus) se torna um símbolo desse império. O Templo é onde Deus mora, é o ponto mais sagrado do universo. O Templo foi construído sobre o Monte Moriá, onde Abraão provou sua fé, onde supostamente estava o Éden. É um lugar único. O novo Jardim de Deus. É o horizonte onde céus e terra se encontram. É onde Deus, acessa o universo e onde nós que estamos aqui na terra acessamos a Deus. Não é um lugar simples.

Além disso, em termos de glória humana é no reinado de Salomão que Israel atinge seu auge. Reis de reinos distantes vem ao seu encontro para conhecer a fonte de tanta sabedoria e prosperidade de Salomão. Israel vira uma nação famosa. Entretanto, ao passo que Israel cada vez mais se tornava semelhante aos demais reinos do mundo, também se afastava da sua vocação inicial, ou seja, ser distinto, ser diferente, ser santo. O próprio Salomão cai em ciladas mortais casando com mulheres pagãs e prestando culto aos seus deuses estrangeiros. O palácio em que Salomão morava era pelo menos duas vezes maior que o Templo de Deus. Isso nos mostra algo: Salomão entrou na lógica política das nações pagãs. O prestígio do Rei veio acima da glória de Deus.

Não durou uma geração e o reino de Israel começou a ruir. Após a morte de Salomão ocorreu uma guerra civil devastadora entre o herdeiro de Salomão, Roboão, e um rei aclamado pelo povo de Israel, Jeroboão. Nessa guerra a nação de Israel se divide em dois reinos. O Reino de Israel, ao norte, governado por Jeroboão e o Reino de Judá, ao sul, governado por Roboão. Muitos séculos depois um descendente de Davi diria a seguinte frase “Um reino dividido não se mantém em pé por muito tempo” e, claro, ele estava certo.

Uma boa parte dos livros dos profetas de Israel, tratam de profecias a Judá e a Israel, sobre seus pecados e suas falhas. Israel se distanciou do seu propósito. Rei após rei a idolatria, a prostituição e a maldade só cresceram em Israel e Judá (principalmente em Israel, no norte). Rei após Rei essa nação, esses dois reinos, se afastam cada vez mais do seu chamado radical de trazer o Reino de Deus para toda a terra. Quando Israel chegou ao fundo do poço de perdição, parecia que dessa vez não havia como recuperar o que foi perdido. Parecia que dessa vez um ajuste não seria suficiente. Talvez seria melhor cortar na raiz mesmo. Mas, como eu já afirmei mais de uma vez, Deus não corta as raízes. Ele sempre ajusta o que precisa ser ajustado. A questão é: e se não for apenas um ramo quebrado, torto ou defeituoso? E se todo o tronco estiver corrompido, pobre, comido por cupim ou algo do tipo? A resposta é: Ele corta o tronco, mas deixa o toco e poupa as raízes.

Como eu também já disse antes, Israel era agora uma enorme nação, dois grandes reinos, e isso chamou a atenção de outras nações, estrangeiros que queriam ser os maiores de tudo. Deus faz um enorme corte no toco, quase nas raízes. Esse corte em questão é o evento do exílio. Em 722 a.C os Assírios invadem o reino do norte (Israel), destruíram tudo e enviam os sobreviventes ao exílio em diversas nações no seu império. O reino do norte cai em esquecimento. Seus moradores se misturam com todos os povos ao seu redor e perdem qualquer sinal de que pertenciam ao povo de Deus. É aqui que surge a ideia do Samaritano. O povo de Samaria. Eles já foram judeus, mas se misturaram tanto que não tem mais nada de judeu — segundo o povo do Sul. Falaremos mais sobre Samaria lá pra frente.

O reino do sul (Judá), resiste mais algum tempo, graças ao Amor de Deus por Jerusalém, pela sua casa (O Templo) e pelo trono de Davi. Entretanto, dado que o pecado do povo precisava de correção, o dia de trevas chega a Jerusalém em 597 a.C quando ela começa a ser invadida pelas tropas do rei babilônico Nabucodonosor II. Pessoas mais simples são mantidas na terra em trabalho escravo. A Elite Religiosa e Política de Judá é enviada para a Babilônia para servir ao império babilônico (lembram de Daniel e seus três amigos, pois é). Em 586 a.C o templo de Salomão foi saqueado, queimado e destruído pelos babilônios. A casa de Deus, a morada dele, o lugar onde Ele habitava foi destruído. Sem o templo, sem a terra prometida e com a população dizimada, Israel finalmente percebe que está sendo podada quase radicalmente. Israel se dá conta de que fora da aliança com Deus não há proteção. Fora da aliança a morte nos alcança. Fora da aliança estamos vulneráveis. Israel podia ser uma forte e próspera nação, mas sem ser o povo da Aliança ela é só mais uma nação no tabuleiro das guerras entre nações. E agora Israel era uma nação derrotada, envergonhada, humilhada.

A outra boa parte dos livros proféticos da Bíblia Hebraica são de profetas que avisaram sobre o exílio. Eles advertiram o povo que não os quis ouvir. Eles também deram uma palavra de ânimo avisando aos exilados de Judá que Deus não havia cortado a raiz. Deus passou o machado no tronco sim! mas após 70 anos de exílio algo poderia nascer disso tudo, se o povo guardasse a santidade mesmo no exílio, se mantendo distinto e confiando em Deus. Isaías, por exemplo, mais de um século antes do exílio diz: “Mas eis que o Senhor, o Senhor dos Exércitos, cortará os ramos com violência, as árvores de alto porte serão derribadas, e as altivas serão abatidas” (Is 10:33). Mas haverá esperança para um toco cortado? A palavra de Deus diz que sim. Jó 14:7–9 (ainda que não esteja no contexto do exílio) diz que “há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como a planta nova.”. O ponto aqui é que Deus é capaz de restaurar um tronco cortado na altura do chão, porque Ele preserva as raízes e Ele mesmo mandas águas purificadoras que farão a restauração dessa árvore. As raízes, como já afirmei, são as promessas de Deus. E Deus prometeu a Abraão e a Moisés e a Davi que seu reino viria. Isaías também disse que “Do tronco de Jessé[6] sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo” (Is 11:1). Com palavras como essas, Deus restaura não só a esperança de Israel como nação, mas de todo o universo que aguarda, desde o Éden, a restauração da ordem e harmonia divina, ou seja, do Reino de Deus. É por isso que o profeta Isaías também diz “Naquele dia, a raiz de Jessé, que se ergue com um sinal para os povos, será procurada pelas nações, e a sua morada se cobrirá de glória” (Is 11:10). Essa raiz e esse tronco irão se erguer e como uma enorme árvore e servirão de morada, fornecendo sombra a diversas nações. Essa morada cheia de glória virá. Novamente, cabe a Israel confiar nas palavras de Deus, mesmo em circunstâncias tão complicadas como a do exílio.

Após 70 anos de exílio Deus começa a obra de revitalização e Israel se sentiu em um sonho bom![7] Os babilônios são derrotados pelos persas, na figura do Imperador Ciro, que foi usado por Deus. Ciro tem uma política diferente, e permite os exilados retornarem para suas terras, mas claro, pagando imposto de tudo que produzem. Nos tempos de Neemias e Esdras o povo retorna para Jerusalém e se inicia a reconstrução do templo. Esse é um período de muita alegria e esperança. A construção do segundo Templo foi finalizada por volta de 518 a.C. Após toda a consagração e o retorno dos sacrifícios a Deus o sentimento era de que Deus havia voltado a morar no meio de Israel. Isso é muito importante. Quando todo o Antigo Testamento no contexto de antes, durante e depois do Exílio fala de “Salvação”, está falando disso: Deus vindo livrar seu povo dos inimigos e lhe dando descanso na terra prometida. Os cristãos, muitas vezes leem esses textos antigos que falam sobre salvação como se Israel estivesse esperando Deus vir e leva-los para o Céu. Entretanto, essa ideia de “ir para o céu” sequer existia naquele tempo. Sua esperança é a de restauração do Reino, do Trono de Davi, do Reino Soberano de Deus e da influência de Israel sobre toda terra sendo “luz para as nações” e, por fim, do descanso eterno no reino. Salvação é para Israel é isso, o fim do exílio, da opressão, a purificação dos pecados, e a vinda do Reino de Deus.

Então, se com Esdras e Neemias o templo foi reconstruído, se os sacrifícios voltaram, isso seria um sinal de que Deus estaria voltando para salvar seu povo, certo? E isso também significaria que todas as promessas feitas a Abraão, Moisés e Davi haviam sidocumpridas, certo? Pensando nisso é que começa a crescer como nunca a ansiedade em Israel sobre a vinda daquele Grande Rei da dinastia de Davi. Esse Rei é quem deve trazer o Reino de Deus de forma plena. O Messianismo cresce e se torna um tema central em Israel.

Contudo, mesmo que voltar para a terra e reconstruir o templo tenha sido algo maravilhoso, o tempo passou e os Persas ainda dominavam Israel. Israel ainda não tinha um rei no trono. Logo, o Messias deve ser também um rei guerreiro como Davi foi, para livrar Israel de todos os inimigos por meio da guerra. Essa era a expectativa daquela geração.

Ocorre que a expectativa do povo que retornou do exílio foi frustrada. Os Persas continuaram reinando sobre Israel e a coisa até piorou, mas é nesse ponto que o Antigo Testamento (A Bíblia Hebraica) se encerra[8]. Só sabemos o que acontece a seguir por meio dos livros de I e II Macabeus, que não são considerados livros sagrados por nós evangélicos, embora sejam reconhecidos como livros úteis para fins históricos. Sabemos pela história comum ou “secular” que após algum tempo do retorno dos judeus para a terra prometida os Persas foram derrotados por um novo império, o império Helênico, de Alexandre, O Grande. Os gregos, portanto, passaram a dominar Jerusalém. I e II Macabeus nos mostram que os gregos não foram tão amigáveis quanto os Persas. Eles têm nojo da religião judaica (por ser monoteísta e abstrata demais)[9] e passam a perseguir aqueles que queriam manter o monoteísmo (crença em um só Deus). Eles profanaram o templo do SENHOR colocando estátuas de ídolos pagãos e até fazendo sacrifícios de animais impuros lá dentro. Isso é uma ofensa enorme! Eles tentam perverter uma série de outras coisas e promovem perseguições e assassinatos brutais. É aí que ocorre a revolução de Judas, o Martelo[10]!

A revolução dos Macabeus até é vitoriosa por um tempo. Da revolução dos Macabeus surge um novo sentimento messiânico e de zelo pela santidade. Movimentos religiosos como o dos fariseus (mencionados no Novo Testamento) tem influência direta desses eventos. Contudo, em meio a toda a confusão com os gregos, uma nova guerra abalou Israel. Em 37 a.C os Romanos chegaram e vencem os gregos e conquistaram a Judeia e Jerusalém. É isso mesmo. Os inimigos eram os Babilônios, que foram conquistados pelos Persas, que foram conquistados pelos Gregos, que foram conquistados pelos Romanos. E Israel no meio dessa bagunça sendo jogado pra lá e pra cá. No fim de tudo isso Israel ainda teve que aturar a instalação de um Rei em Israel que nem era totalmente judeu, isto é, o tal do Herodes. Israel tolerou isso pelo fato de que grande parte da política de governo de Herodes era a restauração e ampliação do Segundo Templo que havia sido detonado pelos gregos. Herodes andava na linha obedecendo aos romanos, mas, ao mesmo tempo, tentava agradar os judeus. Os judeus tinham nojo de Herodes, mas o suportavam pelo fato de que, afinal, todos precisavam do templo. Se ainda havia alguma esperança de Israel ser salvo de seus inimigos isto ocorreria por meio do templo. É no templo que os sacrifícios são realizados. Quem sabe Deus recebe esses sacrifícios e manda finalmente o Messias, o verdadeiro Rei que vai arrumar toda essa bagunça! Entre o fim do Antigo Testamento e o início do Novo Testamento vários cidadãos surgiram alegando serem o messias. O principal deles foi um tal Simão de Pereia, que teria liderado seus discípulos em uma revolução contra Herodes e acabou sendo morto pelos romanos, bem como seus discípulos.

A impressão que dava é que um Messias judeu não teria muita chance contra os Romanos. Esse era o maior e mais poderoso império que o mundo já havia visto. O que pobres judeus pescadores, agricultores e pastores poderiam fazer contra as legiões militares de César? Ainda fazia sentido ter esperança? Pouco a pouco a fé judaica foi se tornando uma tradição morna, interessada apenas em manter a paz debaixo do poder Romano e o assunto “Messias” foi se tornando menos importante. Era mais importante decidir se carregar um balde vazio no sábado seria pecado ou não. A elite religiosa queria evitar assuntos que pudessem trazer conflitos. De certa forma falar em Messias era perigoso. O Messias seria o Rei de Israel, logo, um rival para Herodes e para César. A Elite estava preocupada com questões mais corriqueiras do dia-a-dia e, claro, com a arrecadação das ofertas para manter a sua riqueza. Esses são os fariseus e saduceus, partidos político-religiosos judaicos permitidos pelos romanos.

Alguns, que insistiram em confiar em Deus e na vinda de um Messias decidiram radicalizar mais. Uns saíram da civilização, foram morar no meio do deserto, aprendendo a lutar e a matar de forma eficiente, observando um estilo de vida quase militar. Eles tinham uma rigidez com o corpo e com a mente, tendo em vista que o Messias poderia chegar a qualquer momento e ele precisaria de um exército bem treinado para enfrentar os romanos. Esses eram os Zelotes. Outros, abandonaram tudo indo morar nas montanhas acreditando que este mundo estava condenado à destruição. Eles entendiam que o Messias viria para restaurar tudo do zero e que queles que estivessem puros, sem tocar nas “coisas do mundo” seriam salvos. Esses são os Essênios.

Esse é o contexto do Novo Testamento e dos evangelhos e de Jesus. Herodes, o Templo, os Romanos, Fariseus, Zelotes, Essênios e nada do Messias. Será mesmo que essa esperança fazia sentido? Ainda pode haver chance de restauração do jardim de Deus, do seu Reino e do sábado perfeito? Será que depois de toda essa confusão as raízes já não morreram? Bem — poderia pensar um judeu comum no seu dia-a-dia — se isso ainda é possível, é bom que o Messias tenha uma ótima estratégia, porque as coisas estão bem bagunçadas por aqui.

Pela terceira vez repito: as raízes estavam vivas e a estratégia de Deus e do seu Messias pegaria a todos de surpresa. Falaremos sobre isso no próximo capítulo.

[1] O nome com que Deus se apresenta é a junção dessas quatro letras hebraicas (YHWH). Teólogos se dividem em qual seria sua mais correta interpretação. Eu sigo aqueles que dizem que Yahweh seja a melhor delas. Muitos crentes não gostam nem de tentar encontrar a melhor pronúncia pra essas letras. Na sua bíblia, quando encontrar a palavra SENHOR (escrito assim com letras maiúsculas) é porque lá no hebraico está o tetragrama, as quatro letras. Judeus usam a palavra Adonai (Senhor) na leitura dos textos em que aparece o nome YHWH. Fique à vontade para apenas chama-lo de SENHOR ou ETERNO como outras palavras colocam.

[2] Apesar de a pronúncia do tetragrama ser complexa, a maioria dos teólogos entendem que uma tradução boa para o significado desse nome seja “serei o que serei”. Assim, o nome de Deus tem a ver com o seu ser, com o que ele é e será.

[3] A Páscoa, em hebraico, pessach, significa “passar sobre”, e representa a passagem do anjo da morte com sua espada sobre o Egito sem ferir os israelitas.

[4] Aqui é importante dizer que a palavra em hebraico para Ungido é “Mashiach” ou “Messias”. Essa palavra em grego é “Christos” ou Cristo. Logo, quando a bíblia chama Jesus de “Jesus Cristo” ela o está identificando como “Jesus o Messias” ou “Jesus o Ungido”, o que significa automaticamente identifica-lo como o Rei Ungido, da tribo de Judá, da família de Davi, que irá concretizar os planos de Deus.

[5] Ainda que esse texto em Salmo 2:8 seja, claramente, algo que vai para além de Davi, chegando ao Messias definitivo.

[6] Jessé é o pai de Davi. O texto faz uma referência à dinastia de Davi (tronco cortado). O rebento, portanto, é algo que renasce. Ou seja, a profecia promete a restauração do reinado dessa dinastia na figura do Rei Ungico, o Messias, que é Jesus (Ap 5:5).

[7] Aqui eu estou fazendo uma referência ao Salmo 126, que fala sobre o retorno do exílio: “Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha”.

[8] Em termos de tempo, o último livro da Bíblia Hebraica é I e II Crônicas, mas em termos de História é Malaquias.

[9] Os gregos adoram dezenas de deuses e todos eles tem forma (corpo), enquanto Israel adora apenas um Deus invisível.

[10] Makabi (Macabeus) em hebraico significa Martelo.

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Diego Montenegro

Esposo. Cristão Reformado. Mestre em Geografia e professor. Tentado a mostrar isso em palavras {1 Pedro 3:15}